domingo, 30 de maio de 2010

eu-lírico

Sempre me pego buscando o "eu" nos outros ; Seja ficticio ou não.
Leio desesperadamente à procura de mim mesma no personagem principal ,à procura de um nome que se encaixe em mim. Ou ,por convivência social ,tento ser como os outros ,acreditando que isso iria formar um "eu";
Quem sou eu [?]
Sei meu nome. Sei das coisas coisas supérfluas que gosto. Mas isso não me forma. Não são as células que formam meu corpo. Nem a insustentável leveza da minha alma.
Alma... ? Sei lá o que é isso; Sei lá se a tenho.
O que sei sobre mim é que sou um Outono eterno; Sempre velha ,sempre morta ,sempre caindo...; Sempre aos pedaços ,sempre ao meio. Nunca o frio intangível do Inverno ,muito menos o calor insuportável do Verão . Aliás ,a isso agradeço esse meu Outono ,pois o calor é horrível ,cruel e insurgente. Não sei o que é calor ,mas não gosto.
Acho que o desfecho para esta incessante busca é a insatisfação que sinto comigo . Me desprezo ,não me suporto . Finjo que não existo ,e me procuro no que provavelmente invejo - ou não. Ou talvez me procurei tanto em minha admiração que acabei perdendo a parte que eu supostamente admiraria. O que a faz ,talvez ,inexistente.
Não sei o que falta em mim. Mas sinto falta.
Não sou pedaço ,mas não me basto.

Um comentário:

  1. Na maioria das vezez eu nem consigo me olhar no espelho, nem sei onde consigo forças para sair da minha cama, mas vou tocando essa vida, tentando ver se a esperança finalmente me abraçará.

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