quinta-feira, 11 de junho de 2009

Madrugada

Estou com a intensa vontade de não existir. Não morrer , nem viver. Simplesmente , não ser.
Mas estou me sentindo bem. Aliviada. Estou passando esta noite, sozinha. Ela parece imortal , e ao mesmo tempo ,frágil. Odeio dividir minhas lágrimas. Minha intenção não é ser " mal agradecida " ,nem nenhum outro pronome relativo. É apenas não gostar dessa "ajuda". Não gosto que as pessoas tentem me 'salvar' . Nunca pedí um ombro ,uma mão, braços ,pernas ..blábláblá... Eu me obrigo a aceitá-las ,involuntariamente.
É tão bom poder observar a noite engolir o meu dia ,sozinha, neste calmo e angustiante frio de outono ,respingado por minúsculas gotas de chuva , que ,quase como o meu choro ,escapam calmamente de densas e escuras nuvens. Quase inotáveis ,neste céu azul mórbido.
Realmente ,é ótimo poder assistir a natureza ,em seus fenômenos naturais , roubar a essência vaga da minha alma. Arrancando algumas lágrimas confusas dos meus olhos ,que vagam a procura de sentidos. Não uma choradeira. Esta ,está guardada para os próximos minutos. Agora ,apenas lágrimas de raiva, incompreesão. Uma ferida ,infeccionada , que dentro de mim , não cicatriza.
Fico magoada em pensar no amanhã. Não quero dormir. Não quero acordar. Não quero nada.
É incrível como eu consigo não gostar de nada disso...

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